Alamut” é uma obra que transcende o tempo, explorando temas que permanecem inquietantes até os dias de hoje. Escrito por Vladimir Bartol e publicado originalmente em 1938, o romance transporta o leitor para a fortaleza de Alamut, no século XI, onde Hasan ibn Sabbah, o “Velho da Montanha”, funda a Ordem dos Assassinos. A narrativa mergulha nas profundezas do fanatismo religioso, retórica manipuladora e o poder absoluto, oferecendo uma visão perturbadora de como ideologias podem ser distorcidas para transformar pessoas comuns em ferramentas de violência e sacrifício.
Ambientado nas montanhas de Elburz, no Irã, o livro nos apresenta a um mundo onde a fé é manipulada para criar uma tropa suicida de elite, convencida de que o paraíso os aguarda. Bartol questiona a verdadeira finalidade do poder e expõe os perigos de seguir cegamente um líder carismático. Sua análise do extremismo ressoa especialmente sombria nos tempos modernos, tendo sido frequentemente relacionada aos eventos de 11 de Setembro.
Além de ser um épico de conspirações e batalhas, “Alamut” é uma reflexão filosófica sobre o extremismo e a vulnerabilidade das crenças humanas. É considerado o maior romance da literatura eslovena e inspirou a criação de outras mídias, como a popular série de jogos Assassin’s Creed.
Bartol constrói uma história que, embora escrita há mais de 80 anos, continua a confrontar os leitores com questões sobre poder, religião e as consequências do fanatismo. “Alamut” é uma leitura indispensável para quem busca entender as raízes e as ramificações do extremismo em qualquer época.